Casa  Grande


 Num vale encantado coberto com a beleza da Chapada do Araripe, numa cidade chamada Nova Olinda, “nome dado por um frei que veio de Olinda - Pernambuco, para marcar a sua então passagem pelo vilarejo”.

Em Nova Olinda existe um lugar chamado Casa Grande, onde os comboieiros pernoitavam para fazer o comércio nas cidades mais próximas, nesta casa habitou duas famílias a Figueiredo de Barbalha e a de um comerciante de rapadura Manuel Ferreira Lima, onde era conhecido por Neco Trajano e que na época comprou a casa por dois contos de réis e a promissória, você não vai acreditar, era um cabelo do bigode.

         A casa foi construída no século XVIII, no ano de 1717, no lugar da aldeia de água saída do mato da tribo de índios Kariri Kariú, no tempo da civilização do couro. E sendo habitada até o ano 1975 onde foi abandonada em ruínas e ficou preste a cair, e Odilon Ferreira Lima vendo aquilo a acontecer desenhou a fachada da Casa Grande em uma laje para quem encontrasse pudesse reconstruir como ela sempre foi e sempre será.

            E nós estamos aqui diretamente do século XXI, para contar a você como ficou a Casa Grande, depois de ser restaurada novamente após todo esse tempo.

          A casa ficou em ruínas por muito tempo, e um homem misterioso da família do Neco Trajano, que andava descalço, com roupa branca e com um terço no pescoço, cuidou da casa durante toda a caminhada, o nome dele era Antônio Ferreira de Lima conhecido como Antônio Maranhão.

            Um casal de músicos viajante da região do Cariri, levando o seu show “A Lenda” em busca de histórias da região, contadas por pessoas mais velhas, que tinham muito conhecimento do lugar, começaram a ganhar utensílios indígenas e tiveram a ideia de expor o material.

         Andando pela região o casal Alemberg Quindins e Rosiane Limaverde passando na cidade de Nova Olinda, viram a Casa Grande em ruínas e abandonada, a qual era conhecida como uma “casa mal assombrada”.  Ele lembrou que aquela casa pertencia a sua família e viu que podia expor o material nela lembrando histórias do povo cariri.

O casal começou a restauração da casa, e as crianças vendo aquele movimento, elas começaram a olhar pelas brechas das portas e janelas, passando os dias Rosiane percebeu que as crianças iam todos os dias, um dia ela abriu a porta da Casa Grande e chamou-os para irem conhecer a casa.

Depois de ser restaurada as crianças foram quem começaram a cuidar da Casa Grande como se fosse a casa deles. E daí por diante as crianças de Nova Olinda começaram a freqüentar a Casa Grande, que ficou muito mais cheia de vida.

Daí surgiu o Memorial do Homem Kariri onde estão expostos os materiais arqueológicos e mitológicos da região do Cariri. Dentro do memorial funcionava não só a exposição de materiais mais também: a biblioteca, sala de dvd, Casa Grane editora, sala de ervas medicinais e sala de música e muito mais...

Desta forma foram surgindo vários laboratórios, um deles foi a Rádio, que naquele tempo era transmitida por amplificadora, nascendo assim a Casa Grande FM, hoje um dos laboratórios de produção da Fundação Casa Grande.

Através do um gibi, criado por a Casa Grande Editora de nome “Escola de Gestão da Meninada do Sertão” foi conseguido o Educandário “15 de novembro” onde funcionou a primeira escola de Nova Olinda, administrada por a professora Zefinha e o seu marido Alvino, depois de conseguido o educandário, fez parte da Casa Grande onde foi criado a escola de comunicação, dai foi exibido a história do Educandário que após este, começaram a  funcionar os laboratórios de conteúdo.

A TV Casa Grande foi criada de 1996 a 1997, através de um projeto patrocinado pela Fundação UNICEF, que foi exibido pela primeira vez em 2000, com o documentário canal 100, por apenas 05 vezes uma delas sendo exibida no aniversário de 08 anos da Fundação Casa Grande, onde logo após a NATEL a lacrou e daí por diante foi criado o 100 canal.

O Teatro foi construído em 2001 e inaugurado em 2002 com o apoio do Governo do Estado do Ceará com a arquitetura de Maria Elisa Costa, O Teatro Violeta Arraes Engenho de Artes Cênicas “nome dado em homenagem a Violeta Arraes, porque ela foi uma pessoa muito importante na fundação esse foi o modo de homenagiala”, hoje o teatro trabalha com o projeto de formação de platéia.

A também a Coopagran, “Cooperativa mista de pais e amigos da Casa Grande", foi criada em 2002, surgiu para integra pais de crianças e jovens da Casa Grande com o projeto de educação da fundação, hoje temos 12 pousadas domiciliares com 40 leitos, 01 restaurante da Casa Grande para servir visitantes e excursões, 01 lojinha para vender o artesanato produzido em nossas oficinas caseiras.

A Casa Grande já passou por várias mudanças...

De mudanças já passei,
E mudanças quero passar,
Tenho muitos amigos,
Para minhas histórias contar.

Hoje sou muito Habitada,
Porem muito amada,
Sou uma casa,
E também a mais amada.

Amo muito o meu povo,
Também amo os visitantes,
Sei que olhando para mim,
Eles ficam radiantes.

Sou uma casa antiga,
Mas que muito abriga,
Histórias, lembranças, esperanças,
E também andanças.

Andanças no tempo,
Tempo que mostra,
A vida o viver,
De uma velha casa...


José Wilson(Momô)

Fotos na Casa Grande

                                          Fotos da nossa casa